Quinto dia: ESTELLA / LOS ARCOS -
22 KM
Saímos do albergue com chuva e frio.
Caminhada difícil pois a Ana tinha muitas bolhas e o Alexandre
iniciava uma tendinite.
Primeira parada foi na fuente del vino e depois no
monastério de Irache. Neste ponto podemos beber vinho diretamente de uma fonte
que é oferecida pela Bodega Irache. Eles colocam também uma câmera de vídeo
ligada para que a família possa ver pela internet o peregrino em sua passagem
neste ponto.
O caminho teve um trecho em que caminhamos por cerca de 12
km sem parar. O caminho não teve muitas alterações em sua paisagem e essa
quilometragem parecia se duplicar.
Estávamos com dores, cansados e com desânimo, só pensávamos
em deitar um pouco e contar com uma boa refeição para ajudar a recuperar as
forças.
O fato de ter chovido muito não ajudou nessa etapa e podemos
dizer que foi uma etapa muito desgastante. Cantamos, contamos histórias,
falamos muitos palavrões, mas a Ana só conseguia rir de nervoso em ver que o
Alexandre estava com dores e não chegava ao nosso destino do dia.
Chegamos em Los Arcos ( Finalmente ). A foto da Ana já diz
tudo!
Neste dia estava muito frio, o albergue não era dos melhores
mas estávamos tão cansados que o que queríamos naquele momento era um banho e
relaxar o corpo. Como sempre no nosso caminho a recompensa. Saímos para buscar
a farmácia e tivemos um espetacular atendimento da farmacêutica que nos
orientou sobre o que comprar para as bolhas e para o ressecamento dos lábios da
Ana. Alexandre aproveitou e comprou também uma pomada para ver se melhorava a tendinite.
Como sempre em nossa rotina fomos ao jantar que não pode
faltar o vinho para nos ajudar a relaxar. Jantamos com duas enfermeiras
francesas e na saída ainda paramos para conversar com um grupo belga que
trocaram informações sobre suas bolhas com a Ana.
Os reencontros são frequentes, saindo do restaurante reencontramos
Matt e o Alemão. Tinha muitos dias que
não tínhamos um conversa mais extensa e basicamente nos cumprimentávamos. Nestes casos, como não sabíamos os nomes,
colocávamos apelidos carinhosos o que nos fazia rir e isso faz muito bem.
Tinha um austríaco barbudo que chamávamos de Papai Noel que neste
dia mostrou como se ronca. Ele estava ao nosso lado e mesmo cansados, tendo tomado meia garrafa de vinho e
utilizando os tampões de ouvido não foi fácil dormir. Bom, faz parte do
caminho! Com o trajeto do dia seguinte já montado, partimos para a próxima
etapa.
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