Durante a caminhada você vai encontrando pessoas, cada uma
de um país diferente e a prosa rola solta. Claro que nem sempre é fácil. Neste
ponto encontramos uma Francesinha - Michele.
Com o desenrolar da caminhada, cada um tem um ritmo e assim
os grupos vão se desfazendo. Michele andava bem e logo disparou...
.Ana e Maria
estavam na mesma sintonia e seguiram juntas. Alexandre gostava de caminhar
devagar e muitas vezes Ana parava para esperar.
No caminho passamos por belas pontes e com lindos visuais.
Muitos nos perguntam o que tem de tão especial neste caminho....
No caminho encontramos um chapéu do clube de futebol Atlético
Boca Juniors. Nem é necessário falar sobre a rivalidade que existe no futebol
entre Brasileiros e Argentinos. Alexandre amarrou na cintura para encontrar o
dono. Acreditávamos que poderia ser da Michele, francesa que tínhamos
encontrado mais cedo no caminho ou tantos outros que já tinham passados rápidos
por nós. E assim ele levou esse chapéu o dia todo.
No caminho devem-se observar os pequenos detalhes dos
povoados. Muitas vezes passam por nós pessoas que parecem que só querem chegar a
Santiago. Bom, cada um tem um objetivo na caminhada e o nosso foi de curtir
todos os momentos e sem pressa de chegar.
Alexandre sempre encantado com as casa e seus muros baixos.
Cruzamos por dois rapazes, um com uma mochila grande e outro
com uma mochila pequena. Alexandre perguntou se o da mochila grande estava
ajudando o da mochila pequena ou cada um tinha um entendimento diferente sobre
o que levar em uma peregrinação. Depois de rir, a resposta foi que um deles era
principiante no caminho e a única certeza que tinha é que levava tudo que
acreditava necessitar.
Daí seguimos juntos por uns bons KM, com muita conversa e
risos.
Já com o calor bem forte, paramos em São Pedro de Rates para
beber uma água e repor as energias.
Seguimos com um calor danado, o solo bem seco. Neste ponto
pegamos uma estrada de barro e nossas botas estavam todas sujas com o pó que se
elevava com nossos passos. Tudo pode piorar e o melhor é não reclamar das
pequenas coisas... Passou um carro e levantou todo aquele pó.
Mais um para o grupo, desta vez um jovem Alemão. Neste ponto
o grupo estava com um Alemão, dois Brasileiros, dois Espanhóis e uma
Portuguesa.
Nossa água não durava muito com aquele calor. A saída era
pedir nas casas! Nem sempre tínhamos sucesso porque muitas das casas estavam
fechadas nos povoados. Alexandre parou
em um portão e viu uma senhora habilmente manejar um tear. Pronto, em poucos
instantes estávamos todos dentro da casa da dona conhecendo a sua arte e
repondo nossas energias em um lugar sem sol.
Olha o Alexandre com o Chapéu do Boca. Risos....
Durante o caminho encontramos essas referências do quanto
que falta até nosso destino final. Estávamos chegando ao nosso ponto de parada
desse dia – Barcelos, mas não era nada animador lembrar que ainda faltava tanto.
Esse foi um dia muito quente e difícil. Todos sofreram muito
com o calor.
Em uma das paradas para descanso, encontramos um senhor que aproveitou
para trocar uns dedos de prosa. Na verdade ele falou mais do que nós...
Lembramos muito do Dilnei, Pai da Ana.
O Alemão já tinha se distanciado e se junta a nós dois
Italianos. Estes andavam muito rápido e em pouco tempo já estavam distantes...
Depois de um dia difícil, muito cansado, chegamos a
Barcelos, mas ficamos em Barcelinhos.
Ficamos em um albergue Público ao lado do Rio. Para quem
ainda tinha energia, o rio tinha uma faixa de areia.