Ficamos dois dias em Copacabana. No segundo dia tínhamos
programado a subida ao Calvário.
O dia iniciou com chuva.
Ir ou não ir, eis a questão!
Quando você quer muito uma coisa, basta encontrar qualquer
motivo e é esse que vai usar. Na primeira parada da chuva partimos cerro acima.
A subida é íngreme e o topo está a uns 4.000 metros acima do mar. Não é necessário falar que foi um sofrimento chegar lá, faltava ar e a atmosfera da via Crucis, representando o sofrimento de Jesus, nos acompanhava a todo o momento. Para piorar, voltou a chover.
Para o turista isso não é nada, curtimos pacas a chuva e
para nossa alegria, chegando ao topo ainda conseguimos tirar belas fotos.
O povo Boliviano é muito religioso e segue suas crenças. Em
um determinado mês do ano fazem festa no topo do cerro do calvário, com
oferendas a Pachamama. Levam flores e até fetos de lhama para o ritual.
No topo, conta a lenda que é possível deixar todos os seus problema na representação de uma pedra. É claro que deixamos lá muitas pedras.....
Ficamos imaginando o por do sol lá. Parece que está entre um dos mais lindos. Buscamos uma foto na internet.
Foto da internet
Um foto curioso que já nos aconteceu outras vezes em nossas
aventuras. Um Cão se juntou a nós e escolheu nosso amigo Juan, isso ainda nas
ruas em direção ao Cerro do calvário. O danado nos acompanhou até lá, retornou
conosco e depois desapareceu. Acreditamos que foi fazer a alegria de outros
turistas. Parecia que era nosso cão de estimação, ou melhor, cão de estimação
do Juan.
Na parte da tarde, fomos visitar a Igreja de Nossa Senhora
de Copacabana. O Alexandre já tinha armado uma surpresa para a Ana. Ainda no
pátio da Igreja, ele se ajoelha e fala para Ana.
- Você quer casar comigo?
Ana leva imediatamente as mãos ao rosto e segura o choro. –
Claro que sim!
O casal entra na Igreja, acompanhado de seus padrinhos Juan
e Maria. Nessa Igreja tem uma das imagens mais cultuadas de Virgem Maria e ela
só é disposta para o salão principal da igreja em momentos especiais. Nosso
compadre Juan nos leva até o andar superior, uma pequena capela onde se pode
ver a imagem da Virgem. Ela está sempre lotada de turistas, mas curiosamente
nesse dia não tinha ninguém. O compadre deveria fazer o discurso abençoando o
casal, só que a emoção tomou parte de sua alma e o coitado não conseguia dizer
uma palavra. Maria, com a mesma ternura e
firmeza da Maria Santa, fez um belo discurso abençoando o casal.
Na saída da igreja tinha um fotógrafo e ainda fomos presenteados pelos compadres com
uma bela foto.
À noite fomos comemorar. Paramos em um bar, ou melhor, um
rapaz nos parou na rua e indicou o bar, falando que teriam dois cantantes que
ficaríamos encantados. Pensamos que seria uma boa ideia curtir a cultura
musical do local. O Bar era bem legal, tomamos o famoso Pisco Sour, comemos bem
e ficamos aguardando os cantores.
Os cantantes, não
apareceram! Demos boas risadas com a
situação e continuamos nossa curtição sem cantantes mesmo. Depois de muita
bebida, dá vontade de ir ao banheiro. Putz, o banheiro era terrível. Nós
poderíamos abrir um tópico só para banheiros na Bolívia, é surreal.
O importante é que o dia foi bem legal e agora o Casal Duplo
“A” tem mais uma missão em todas as suas aventuras. Casar!