domingo, 19 de março de 2017

RUMO AO URUGUAI

A insegurança era grande para o retorno da fazenda, Alexandre teria que passar pelos mesmos lugares onde teve dificuldade. A noite tinha voltado a chover e provavelmente a situação no mínimo estaria igual a que ele percorreu na ida.
Nossos amigos tinham um compromisso em Santana do Livramento e necessitaria seguir para lá muito cedo, ainda escuro. Aproveitamos e pedimos que levasse a Ana e as bagagens até o centro de Santana de Livramento. Alexandre seguiria com os primeiros raios de sol. Correia fez melhor, pediu que um de seus colaboradores servisse de guia para o Ale. Aí ficou bem mais tranquilo.
O motociclista caubói entrou em ação. 
No retorno, já ciente do que viria pela frente e com o apoio, foi possível tirar fotos.
O terreno ainda estava bem alagado, mas muito melhor do que estava quando chegamos e foi possível curtir bastante a volta.


Imaginem quando estávamos chegando a fazenda. Tivemos que cruzar esse rio com muito mais água que estava na volta. Agora é que vemos o quanto foi sinistro nossa chegada.



Neste trecho foi que erramos e pegamos a direita de quem seguia para a fazenda. O correto seria seguir pela esquerda. Até tinha uma placa, mas o vento virou e não dava para ver.
Agora as danadas das poças. Neste momento a insegurança voltou. Apesar de estar com menos água, ainda estavam fundas. Depois de analisar muito e ganhar confiança, os obstáculos foram superado mais uma vez.


Ufa, final de off Road! Alexandre agradeceu a mais um anjo da guarda e seguiu para Santana do Livramento. A velocidade teve que ser baixa porque estava uma neblina danada.
Chegando em Santana do Livramento, Ana já aguardava na Honda. Tínhamos que dar um trato na nossa magrela. 
Fomos super bem recebidos na Honda de Santana. A NC tomou banho e recebeu os devidos reparos na pedaleira. 

Ainda fomos convidados a conhecer a nova Honda NC 750 que está linda.
 Agora é Rumo ao Uruguai!

Fazenda em Santana do Livramento

No dia seguinte de nossa aventura até a fazenda de nossos amigos em Santana do livramento, o resultado. 
Lama por todos os lados em nossas roupas e moto. Vamos aproveitar o tempo bom para colocar tudo em ordem. Por sorte o baú traseiro entrou pouca água e tínhamos roupas para vestir.


A moto só teve um amassado na pedaleira e pedal de marchas.


Claro que o casal não poderia deixar de tomar o tradicional chimarrão.

      Alexandre está parecendo um "preto velho".

Veja que lugar maravilhoso ...








Valeu tudo o que passamos para chegar até lá!

CADA VEZ MAIS PERTO DA PONTA SUL DO BRASIL


Esse percurso estava sendo muito esperado. Primeiro porque estávamos próximo de nosso objetivo que era conhecer o Uruguai e segundo porque tínhamos a ideia de encontrar uns amigos em Santana do Livramento. O percurso até Santana do Livramento foi bem tranquilo, logo percebemos a mudança na paisagem. Ficaram para trás as parreiras e entraram os campos planos com criação de gado.


Nesta motocada as distâncias pareciam ainda maiores, com retas intermináveis. Chegamos a percorrer mais de 100 km  em linha reta.É claro que nesses casos a velocidade sobe facilmente e conseguimos reduzir nosso tempo de deslocamento, o que foi bom já que ficamos aguardando nossa liberação em uma obra no sistema Para e Siga.

Vínhamos tentando falar com nossos amigos de Santana de Livramento desde Bento Gonçalves, mas não encontrávamos sinal de celular ou a ligação não completava. O último contato que tivemos foi a dois dias atrás e eles nos aguardavam. Eles são proprietários de uma fazenda e já tinham nos passado as orientações para chegar até lá. Encontrar a entrada da fazenda foi fácil, o pior ainda estava por vir.

Chegamos à Santana do Livramento e ainda tivemos que rodar uns 80 km para chegar até o ponto de acesso a fazenda. Já sabíamos que teríamos que percorrer uns 12 km em estrada de chão. Aparentemente a estrada era firme e resolvemos encarar no melhor estilo casal Duplo "A".

 Os primeiros km foram tranquilos, só que a estrada foi ficando bem ruim, com muitas pedras e lama. No dia anterior choveu muito naquela região e conforme avançávamos, o terreno ficava mais alagadiço. 


Os desafios ficavam maiores, Alexandre estava claramente tenso. Surge então um enorme poça. A rota escolhida foi pela ponta e depois de um verdadeiro surf na lama o obstáculo foi superado. Mais desafio a frente, outra enorme poça. Nesta a opção foi atravessar pelo meio e para desespero do casal a moto tombou. Imagina o esforço para levantar a moto no meio de uma poça enorme. Foi necessário tirar todos os bagageiros e usar muita técnica para levantar a moto. Já com a moto fora d´água, foi a hora de tentar ligar o motor. Para Alegria o motor pegou de primeira. Seguindo, cruzaram com um carro que falou que estávam perto da Fazenda e que mais acima conseguiríamos sinal de celular. Seguindo, encontraram uma bifurcação. Dúvida, para onde seguir. Optaram em seguir a direita, já que era uma subida e seria possível ter mais chance de encontrar sinal de celular. Já nos primeiros metros a moto patina e vai ao chão pela segunda vez. Desta vez não volta a funcionar. Mais desespero, já estavam perto do anoitecer e não se conseguia ver uma viva alma em muitos km de alcance da visão. 
E agora, quem poderá ajudar?  

Para surpresa, depois de um tempo, vem em sua direção uma Fiat uno que subia sem dificuldades. O motorista parou e prestou toda atenção possível. Colocou na Fiat os bagageiros para aliviar o peso da moto e levou a Ana até sua fazenda que ficava a uns km de onde estavam. Alexandre foi empurrando a moto. Chegando lá ligou para os amigos do casal para vir socorrer. Estavam super cansados pela adrenalina ligada a situação e receber um apoio absurdo dessa figura, que foi um anjo para o casal. Sua mãe do anjo deu água, acolheu em sua casa, onde abrigados do sol, aguardaram a chegada dos amigos.

O socorro ficou completo com a chegada de nossos amigos. Como já tinha passado um tempo do tombo, o motor da moto foi acionado com a esperança de que o problema tenha sido somente um afogamento. Ufa, a moto pegou de primeira. Ana e os bagageiros foram de carro e Alexandre seguindo. Mesmo seguindo o carro foi bem difícil chegar à fazenda. Sem um guia dificilmente eles conseguiriam. Os amigos falaram que se tivessem ligado, teriam aconselhado a não ir,  choveu muito na noite anterior e até de carro estava difícil trafegar pela região.
No melhor estilo Duplo A, chegaram a fazenda .
Fica nosso maior agradecimento a esses amigos - Ana e Correa.
O casal ficou dois dias por lá e receberam toda atenção. 
A simplicidade junto com intenso! 
Adoramos nossa estada em um lugar maravilhoso!
Claro que em uma situação de estresse como este, não tiraram muitas fotos.
A distancia foi de uns 600 km rodados em mais ou menos 10 horas, incluindo as paradas.