sábado, 8 de setembro de 2018

Barcelos – Uma noite Quente


 A pior noite sem dúvida foi no albergue de Barcelinhos. A noite foi muito quente e o local também. Poucos conseguiram dormir e foi uma noite longa. Acreditamos que Alexandre foi um dos poucos que dormiu. Na noite anterior foi à missa dos peregrinos. Ele até gostou, mas foi um tanto estranho porque os peregrinos tinham um lugar especial bem próximo do altar e só tinha um peregrino. Risos! No final da missa o padre tirou fotos com ele e entregou-lhe uma pedra decorada, alguns panfletos sobre o caminho e santinhos.

Alexandre não gosta de pedir para tirar fotos dele. Ele não dá sorte, a pessoa sempre tira fotos bem ruins.

Saímos bem mais cedo do que nos outros dias, o calor prometia permanecer forte.

Ainda era noite e tínhamos que ter muita atenção para não perder as indicações do caminho.

Barcelos é o berço dos galos portugueses. Claro que procuramos os menores a venda e arrumamos um lugarzinho na mochila para levar de lembrança para o Brasil.

No dia anterior Ana não conseguiu passear em Barcelos pelo cansaço. Teve que se esforçar para conhecer um pouco na escuridão da madrugada que terminava no início de nossa caminhada.

O Calor continuava, nossa próxima parada era Ponte de Lima e um dos maiores percursos a percorrer.

Neste dia, como já saberíamos que era um dia bem difícil, Ana resolveu despachar a mochila. O mesmo foi feito por outros peregrinos.  Existe um serviço de transporte de mochilas ao custo de 5 euros. Usamos Santiago Backpack – telefones +34680271584 ou +351913376056.

Lembra do chapéu que encontramos do Boca? Em uma das paradas de descanso, uma peregrina grita - Brasileiros... Foram vocês que acharam meu chapéu? Olha que louco, por sorte Alexandre não tinha despachado a mochila e o chapéu estava com ele. Para nossa alegria o chapéu encontrou seu dono e tinha uma história por trás do assessório. Era um presente do pai e a dona não estava muito triste de ter perdido. Foi bom andar com ele pendurado, outros peregrinos viram e falaram que estava com um casal de brasileiros. Nossas mochilas tinham a bandeira do Brasil.
 Claro que arrumamos mais uma amiga! Chamávamos de argentina, mas seu nome é Silvina.

Silvina Caminhava muito rápido e em poucos passos já tinha desaparecido.
Sem o peso da mochila Ana estava voando e Alexandre tinha que pedir que parasse para conseguir tirar fotos.

O grupo chicos, Ana e Maria seguiam juntos. Alexandre seguia um pouco atrás. Claro que em alguns momentos aconteciam algum distanciamento, mas logo na próxima parada de descanso o grupo voltava a se juntar.

O que mais gostamos no caminho é cruzar com outros peregrinos e sempre que possível trocar algumas palavras, mesmo que poucas.

Ainda no Porto, teve um dia que o tempo estava ruim e compramos um guarda chuvas. Não usamos e pensamos em descartar logo nos primeiros dias de caminhada. Foi sorte não ter feito porque ele nos ajudou muito nestes dias de grande calor.

Alexandre acha que um ponto muito legal do caminho são as paradas. Repor às energias a beira de um rio, no frescor de uma igreja, em um café, ....



Outro ponto que é ajuda é poder beber água direto da bica.

Ana não aguentou o calou e pediu um short do Alexandre, já que não estava com suas roupas. Não ficou nada muito belo, mas no caminho não ligamos para isso.

Em um trecho do caminho, nosso novo amigo Andrés resolveu fazer uma pose para tirar foto.

A ponte não foi bem sucedida e ele caiu provocando uma lesão no ombro.
O susto foi grande, ele sentia muita dor e necessitava urgente de um médico. Por sorte recebemos a ajuda de uma família que nos deu apoio, nos tirou do sol e buscou um apoio em que ele sentisse menos dor. Um rapaz imediatamente chamou os bombeiros  e quando eles chegaram identificaram que não foi nada muito grave. Na verdade ele teve um deslocamento do ombro, mas por sorte voltou para o lugar sozinho. Coisas do caminho.
Com a insistência de Andrés, seguimos o caminho.
O calor continuava, qualquer lugar que se encontrava algum ponto de água era parada obrigatória.

Era comum encontrar pontos para lavar roupas, mas até então não tínhamos encontrado ninguém lavando suas roupas por lá, imaginando que essa prática já não existia. Para nossa surpresa estávamos enganados. Descansamos nesta parte com uma boa prosa com essa simpática senhora.

Depois de outro dia bem difícil, chegamos a Ponte de lima. Os chicos já tinham reserva em um albergue e nós tínhamos esperança de encontrar vaga neste mesmo albergue. Chegando lá, vimos que não só lá estava lotado como na maioria dos outros albergues.  Já muito cansados para caminhar em busca de um local para ficar, Alexandre entrou em um hotel a beira do rio Lima e com o auxílio da funcionária encontrou um Guest House legal e bem localizado. – Vila De Ponte Guest House.
Acabamos gastando um pouco mais neste dia com a hospedagem, mas depois de um dia super cansativo como aquele, nós merecíamos .
                                                                 Chegada a Ponde de Lima.