sexta-feira, 17 de maio de 2019

Consolação....

Seguimos para consolação. Negociamos a remessa das mochilas com o dono da pousada em Estiva, Sr. Poka. Tudo pronto, fazíamos nosso agradecimento e pediámos uma boa caminhada....




O caminho da fé, diferente do caminho de Santiago na Espanha, ainda é muito frequentado pelos ciclistas. Como já falamos, vimos poucos fazendo o caminho a pé.




Os ciclistas queriam sempre tirar fotos conosco.... será que somos tão raros assim... brincadeira... em uma caminhada como essa somos só alegria.




Neste momento da caminhada o grupo estava mais consolidado. Cada um fazia no seu ritmo, mas no final estávamos sempre, ou quase sempre juntos.




Na foto acima o Sr. Poka nos encontra no caminho, ele levava nossas mochilas para a próxima cidade e parou para ver se precisávamos de algo, abastecendo nossas garrafas com água gelada.


O legal dessas caminhadas é ver do que somos capazes. Depois de subir um morro enorme, olhávamos para trás e não acreditávamos no nosso feito. É muito bom o sentimento de ter conseguido.




Por muitos momentos achávamos que estávamos no ponto mais alto da travessia.




Muitos fazem o caminho a cavalo. Tivemos o prazer de ver vários deles em cavalgada até Aparecida.




Passamos por um lugar onde o orvalho destacava as teias de aranha, fazendo um espetáculo a parte no caminho...




Em uma parada as meninas lembraram da infância, quando encontraram chupetas de açúcar.




Esse percurso foi feito em 4 horas e 47 minutos, percorrendo 17,6 km. Ficamos na Pousada da D. Elza.

Estiva....

Nosso próximo passo era para Estiva.
Neste percurso percorremos 23,8 km em 9 horas e 28 minutos.
Como em todas as localidades, o caminho passa pela igreja....




Nesta altura a Patrícia já era conhecida por nós como Patrícia Mel, em homenagem a Luísa Mel. Ela levam alguns quilos a mais em sua mochila e alimentava os cachorros do caminho.




Uma linda cachorra de pelos marrom claros fez a festa ao nos encontrar. Parecia uma filhote. Depois de brincar com o bichamos nos despedimos e seguimos... em falar em seguimos.... esse foi o problema, ela nos seguia para todos os lados....Achamos que ela percorreu uns 15 km conosco. Chegando na cidade, foi difícil a despedida. Nossa sorte foi que juntou-se a nós um outro amante dos animais, Rodrigo cuidou logo de fazer ela se enturmar com outros cachorros da cidade.
Nosso agradecimento ao Rodrigo!



 


Seguimos caminhando, secando nossas roupas e curtindo cada minuto dessa aventura.








Chegamos a Estiva e ficamos na Pousada do Poka. Uma Pousada bem estruturada.








Neste dia estava tendo um casamento na igreja da cidade. Só a Patrícia se animou em ir.
A noite saímos para jantar e Ana preferiu comer no quarto para recuperar bem as energias. Alexandre ainda se animou e foi para um bingo que estava tendo na praça. Os prêmios eram - Um frango, um pernil, descontos em lojas da cidade..... ainda bem que não ganhou nada.... imagina ter que levar um porco de 10 quilos nas constas.....

Tocos de Moji

O Lázaro e a Maria Aparecida da pousada que ficamos em Borda da Mata foram super hospitaleiros e tem o espírito do caminho. Nos aprontaram um escalda pés e um jantar maravilhoso. O café da manhã também estava ótimo. Como estávamos a poucos km do caminho, ele ficou de nos levar novamente até a praça da cidade. Nós optamos por seguir da pousada mesmo.


Nosso próximo ponto de parada era em Tocos do Moji. Foi um dia bem mais tranquilo que o anterior, levamos 6 horas e 41 minutos para concluir 17,7 km.


É incrível ver que ainda é possível ver pessoas que colocam suas garrafas de leite na porta de casa... Nós que somos de cidade grande achávamos que isso não acontecia mais....







Neste dia passamos pela porteira do Céu. Criamos uma expectativa tão elevada que ficamos um pouco frustrados, pode ser que pelo fato do dia estar muito claro e a visualização não tão boa... mas o lugar é lindo e estava lotado de ciclistas.








No meio deste percurso encontramos placas da pastelaria do Zé Bastião, dizia que era logo ali após o morrinho.... Ficamos esperando a tal pastelaria e sobe morro, desce morro e nada....Já não acreditávamos no logo alí dos mineiros....






Chegamos na tal padaria que ficava a uns 50 metros da pousada e lá ficamos por um tempo, recuperando as energias com um bom pastel....Na porta da igreja da cidade tem uma imagem enorme de Nossa senhora Aparecida.





Borda da Mata ....

Seguimos a caminhada e as meninas combinavam as cores das camisas.....







Neste dia passamos pela estrada dos santos negros, por toda a via tínhamos a representação de santos negros...



Outro lugar legal que passamos foi Inconfidentes. Nesta localidade o forte é o crochê. Por lá até as árvores são enfeitadas com crochê.






Não tem como distanciar a caminhada da fé. Por muitos momentos pessoas nos pararam e pediam preces por pessoas e famílias. Não encontramos isso em Santiago na Espanha. Claro que todos os dias fazíamos nosso agradecimento, e rezávamos.






Em um determinado ponto do caminho um carro parou e ofereceu levar as mochilas. Identificou-se como D. Neide, proprietária da Pousada Águas Livres, claro que aceitamos.




 Depois de alguns km caminhando chegamos a Pousada que para nós era um oásis. A Pousada muito bem estruturada. Ela nos serviu um delicioso lanche e contou sua história. Não vamos contar, deixamos na expectativa e indicamos que faça a ela uma visita. Mostrou que está totalmente ligada aos princípios do caminho da fé.








Na saída da pousada, encontramos uma capela de Nhá Chica e uma local de apoio ao peregrino com frutas, um lugar para descanso e banheiro. Pontos como estes deveriam ser mais comum no caminho.



Esse foi um dia difícil, a caminhada foi de cerca de 32 km e levamos umas 11 horas para concluir. No final, já dentro de Borda da Mata, ainda faltava uma subida que extraía o pouco que tínhamos de energia. A Pousada que ficamos chama Nossa Senhora de Fátima, ela não fica próximo da praça da cidade e a Ana foi acelerada na frente para poder fazer a ligação para o Lázaro que nos pegaria de carro. Ainda no caminho o Lázaro se identificou e foi ao encontro da Ana que nessa altura já estava na praça. Como éramos 5, o Lázaro ficou de fazer duas viagens, mas Patrícia que é uma atleta fez o percurso que faltava a pé. Acreditamos que ela fez o percurso que faltava correndo.