sábado, 11 de maio de 2013


DÉCIMO DIA: VILORIA DE RIOJA / VILAFRANCA MONTE DA OCA

22 KM


Saímos com a hospitalidade de Orietta.

 

Nesta manhã o tempo estava nublado, o frio se mantinha em nos 4 graus e acreditem, o vento não tinha melhorado.

 

Levantar foi difícil demais porque a acolhida foi muito boa. Acordar sentindo-se em casa e ainda com um café da manhã foi sensacional.

No caminho as pessoas vão deixando o que não é necessário.

             Foto de uma mesa de descarte e isso foi no início da caminhada.

Como estávamos levando duas esteiras sendo que até aquele momento só tínhamos usado uma, Alexandre descartou a sua.

Saímos na certeza de ser uma caminhada mais leve.

 

Na verdade só uma palavra descreve essa etapa – Ventania!

 

Lutamos constantemente contra uma ventania indescritível. Em alguns momentos pensamos que não iríamos conseguir ultrapassar a barreira do vento.

Somos guerreiros e não desistimos nunca!

 

Uma breve parada para repor as energias, só que sempre de olho nas setas.

 

Não tivemos dificuldade de encontrar água no caminho. É comum passar em fontes e todas com indicação se são potável ou não.

Uma curiosidade no caminho:
Dentro do restaurante tinha uma mine horta.



Paramos para o almoço e reencontramos nosso amigo peregrino Oli que nos contou mais de sua história. Batemos um bom papo.

Saímos do bar com um belo visual só que lá estava ele novamente tentando nos minar e dificultava nosso deslocamento.

 

Chegando ao nosso destino, resolvemos ficar no albergue municipal.

 

 Para nossa surpresa estava tudo aberto só que não tinha hospitaleiro. Ficamos um tempo aguardando e acabamos resolvendo procurar um outro lugar para ficar.

Caminhando pela localidade em busca de informações reencontramos nossos amigos brasileiros Sheila, Neide e Luís . A Sheila já tinha se hospedado em um hotel e nos informou que neste hotel também tinha quartos com beliche. Resolvido, fomos para lá.

No Hotel – albergue conhecemos o Robin, um peregrino francês jovem que vinha caminhando de sua cidade Montpellier  desde o dia 26/02/2013 e já tinha percorrido uns 950 km.

Seu destino também é Santiago de Compostela. Isso é para nos encher de energia e prosseguir nossa peregrinação sem reclamar.

O Jantar foi no restaurante do hotel. Sublime, com boa companhia e regado com o melhor vinho.

 

Após confirmar mais uma bolha nos pés da Ana, fomos dormir, até porque o que mais fazemos é andar, comer e dormir....risos.

 

 

 



NONO DIA: AZOFRA / VILORIA DE RIOJA

30 KM

Mais um dia em que caminharíamos bastante. Saímos próximo das 07 horas e ainda estava escuro.

Não gostamos de sair para caminhar nesta condição, não estávamos com uma boa lanterna e nos dava uma insegurança, sem saber se estávamos no caminho certo.
O frio era de matar, estava uns 4 graus e com o vento que já vinha nos acompanhando nos outros dias e perdurou por todo esse trajeto também.

A situação do frio e vento não nos deixava sem vontade de fazer as paradas. Encontramos um grupo de jovens  que pararam em uma parte alta do caminho, achamos que eles estavam curtindo o frio e o vento. Risos

Encontramos uma sala de máquinas onde foi possível dar uma parada para o lanche.

A primeira grande parada foi em Santo Domingo de La Calzada. Visitamos a catedral e o milagre aconteceu!

Lembram-se da história que postamos neste Blog, no dia 06/03/2013 - Lendas e Curiosidades do caminho?
Estávamos na igreja já tinha algum tempo, contemplávamos as diversas obras.

Até então não tínhamos visto o famoso altar com o galo. Estávamos em silêncio, só tínhamos nós na igreja.
Em uma determinado momento nos deparamos com os animais.
 Eles ficam por quinze dias em um altar e tem todo o cuidado necessário nesse período.
 A Ana disse: - Será que é de verdade? Que galo silencioso! Canta galo!

No momento que a Ana terminou de falar, o galo começou a cantar e não parou mais. O silêncio era tanto e com a acústica da igreja já dá para imaginar o susto. Foi assustador.
Dizem que quando o galo canta é porque nosso caminho será um sucesso. Tivemos que pedir, mas ele cantou...risos
Continuamos nossa caminhada com nosso companheiro vento que nos castigava.

Passamos por mais cidades fantasmas.risos

Resolvemos parar em Granon para comer uma tortilla.
Tortilla é uma espécie de fritada que leva batata.

Partimos para a última etapa até Viloria de Rioja onde buscaríamos o alberque do Acácio e Orietta.

Depois de muito frio e combate contra o vento vencemos e chegamos no Albergue Acácio e Orietta. Só uma palavra – Fabuloso!
Só 10 camas, nos foi oferecido o jantar e café da manhã no melhor princípio do comunitário. O princípio é de compartilhar e isso fica claro do início até o fim. Estávamos em casa!

Foi muito bom para elevar nosso ânimo, relaxar o corpo já cansado da grande caminhada e ainda compartilhar das boas histórias, isso tudo ao lado de uma maravilhosa lareira.

O jantar foi belicioso! Todos compartilhando a refeição, as histórias e as risadas! A Ana não estava bem, sentia uma sensação de febre e foi deitar logo após a refeição. Acácio tranquilizou e nos assegurou que amanhã ela estaria melhor. A caminhada de hoje foi puxada e cansativa, o frio e o vento não nos deixou um momento. O melhor é mesmo uma boa noite de sono sonhando com as setas.