quarta-feira, 15 de maio de 2013

DÉCIMO QUARTO DIA:  HORNILLOS / ITERO DE LA VEGA – 30 KM

Iniciamos o dia cedo nos preparando para o início das tão esperadas “mesetas”.
Um dia lindo e estávamos torcendo para melhorar a temperatura.
Com um dia desse fica bem fácil ver as rotas dos aviões.

Nosso café da manhã foi em Hontanas e finalmente acesso á internet. Estávamos a alguns dias sem passar mensagem para a família.
Um peregrino de Bike viu nossa bandeira do Brasil e parou para nos falar. Era um hermano da Venezuela. Trocamos algumas informações sobre o caminho de bike e nos despedimos.

Alexandre continuava andando de sandálias e já se sentia melhor da tendinite.

Curiosidades do caminho:
Essa imagem da caveira ficava na parede de fora de uma igreja. Nunca tinha visto nada igual.

Muitas vezes tínhamos que criar um novo caminho para não pisar na lama.

Paramos em uma pequena ermida muito bem conservada com a imagem de Santa Águeda.

Passamos por cidades agradáveis e lindas como Castrojeriz. As ruínas do castelo no alto da montanha dá um tom todo místico ao local.


O sol já estava nos esquentando e dava até para tomar uma cerveja. Viva!!!!

Ao sairmos de Castrojeriz, depois de andar alguns km, vimos o que nos aguardava....uma subida íngreme de quase uns 2 ou 3 km.

Já tínhamos caminhado uns 10 km mais o corpo já estava condicionado e sabíamos que tiraríamos de letra.
Ana brincou. - ... para começarmos as mesetas tem essa provação...
Subimos contando passos para passar o tempo. Em uma determinada curva do caminho Alexandre anuncia um – Pára!
Ana assustada pergunta o que houve, preocupada com a tendinite.
Alexandre pede para ela observar no alto do morro o que ela estava vendo.
Ana avista cinco homens e estavam com algo na mão parecendo cajados. Pensamos que fosse pastores de ovelhas ou crianças  brincando com cajados. Estávamos contra o sol e só víamos a silhueta dos indivíduos. Em um momento, um dos homens se virou e observamos que o suposto cajado brilhou sob a luz do sol. Madeira não brilha no sol, são armas. O desespero bateu, viramos as costas e iniciamos a descida do morro. Ouvimos um barulho de tiro e o desespero ficou ainda maior. Na descida encontramos duas peregrinas americanas, informamos do ocorrido e continuamos a descer o morro. Já estávamos decididos a voltar quando encontramos dois peregrinos da Itália. Contamos o que vimos e ele afirmou que ladrões não eram. Não tinha roubo no caminho. Acabou nos convencendo a subir novamente. No caminho encontramos as americanas que também voltavam, elas também escuraram tiros, ligaram para a polícia e preferiram não arriscar. Os italianos também as convenceram e subimos todos juntos, como se isso fosse resolver. No final chegamos no topo do morro e os homens tinham desaparecido.

 Cruzando com um senhor em um trator, comentamos sobre o fato e ele nos assegurou que não são ladrões, pelo que entendemos são caçadores ilegais.
Seguimos o caminho, ainda faltava muito.

Encontramos com a patrulha policial que veio em resposta ao chamado das americanas. Neste episódio o stress foi tanto que não tiramos muitas fotos, o caminho pareceu mais longo e difícil. Ana desesperou totalmente e acelerou o passo, não respeitou os momentos de parar.
Alexandre falou várias vezes da importância de pararmos, tirarmos as botas e se alimentar. Sem isso é problema na certa.
Chegamos ao nosso destino do dia cansados demais, famintos e com os pés em estado deplorável!
Amanhã somente retas infindáveis e agora com sol!!!!