domingo, 2 de junho de 2013


VIGÉSIMO PRIMEIRO DIA: CACABELOS / VEGA DE VALCARCE- 25,6 KM


Saímos para nossa caminhada do dia em jejum, já que não nos programamos bem no dia anterior e estávamos no domingo. Caminhamos por cerca de 2 horas sem encontrar um local para tomar um café.



 Como no caminho todo o sacrifício é recompensado, encontramos um lugar ótimo.

A dona muito agradável nos deu toda atenção. Falamos muito sobre o caminho e sobre o café com leite que era muito bom. Para nossa surpresa descobrimos que era sua especialidade. Ela alegou que tinha uma ótima máquina, fato que foi logo descartado por nós quando ela nos mostrou fotos dos desenhos que faz com o café. A máquina sem dúvida é só uma coadjuvante.


No caminho mais encontros. Trocamos algumas palavras com uma sueca e uma croata.

Passamos por mais cidades sem nenhuma pessoa por perto....



Belas pontes...


Símbolos do caminho...


A criatividade da galera está em alta. Vimos muitas placas alteradas.



Em um determinado local um senhor pediu a Ana para tirar uma foto de sua mochila. Será que era a mochila que ele queria fotografar? Risos

Como sua mochila estava cheia de símbolos do caminho, é melhor acreditar que sim.




Seguindo para nosso destino, Alexandre demonstrou sinais de cansaço e foi se arrastando nos últimos km. A Ana sempre brincava porque tinha um senhor que sempre nos passava no caminho e olha que ele tinha o dobro de nossas idades. Nesse dia ela ficava lembrando desse senhor.


Essa caminhada teve uma boa parte margeando a estrada e um incêndio na mata tornou a trajetória ruim.


Mais uma vez aguardamos a recompensa...

Acabamos ficando em no albergue Sarracím, muito bom. Na parte dos fundos um rio com água muito gelada, ótima para tratamento dos pés.




Jantamos no albergue mesmo e reencontramos o alemão que fala português.


Curiosidade do caminho:

Observe a porta do último andar dessa casa....qual é o sentido?



Já estávamos bem mais perto do destino...


...e mais cidades fantasmas.

VIGÉSIMO DIA: MOLINASECA / CACABELOS - 22 KM


Acordamos mais tarde para poder aproveitar ao máximo do hotel. Um maravilhoso café da manhã com a paz que necessitávamos, estávamos prontos para continuar.




Uma novidade: Alexandre está com sua primeira bolha no pé! Ana que já está profissional das bolhas foi lhe dando dicas ...risos
O caminho hoje foi lindo demais. Primeiro Ponferrada com seu castelo dos templários.



Depois um almoço delicioso sob as árvores em Fuentes Nuevas.


Para fechar o dia, chegando a Cacabelos, encontramos uma miragem no meio do caminho: conhecemos o Lui, uma pessoa que fica no meio do caminho oferecendo suco de frutas aos peregrinos em troca de algum donativo.



 Essas coisas que valem a pena! Depois de se refrescar com a oferta do novo amigo, seguimos em silêncio. Nesse momento Lui assobia uma canção muito conhecida nossa - Garota de Ipanema.... não é simplesmente uma dádiva? Paramos, devolvemos nosso tchau com um belo sorriso e seguimos em silêncio.



Nossa parada em Cacabelos foi a um albergue que fica no pátio interno de uma igreja. São vários quartos com duas camas.



Nos foi sugerido um jantar onde o dono fazia o translado sem custo adicional. Como estávamos cansados e para encontrar um local para jantar teríamos que caminhar um pouco, aceitamos.

O local e o jantar eram simples. Valeu pelo papo com um alemão que falava português.

Curiosidades do caminho:

Continuamos observando os ninhos das garças e os símbolos do caminho.




DÉCIMO NONO DIA: RABANAL DEL CAMINO / MOLINASECA  21 KM


O frio continuava, saímos batendo queixo e se preparando para as subidas que se anunciavam no meio do bosque.


Às vezes parecia que iríamos chegar ao céu....(é o cansaço batendo)


O frio só aumentava e a famosa cruz de ferro era nossa busca.


No caminho um obstáculo. Resolvemos não incomodar e contornar o obstáculo.(risos)

Depois de alguns km avistamos a tão esperada cruz de ferro. Emocionante deixar nossas pedras no meio de tantas outras. Ana chorou muito nesse momento da caminhada.
Ficamos observando aquele monumento e quantas histórias ele nos traz.

Vimos um peregrino que colocou seu cajado na cruz de ferro e falou ... é aqui que nos separamos meu amigo! A Ana voltou a chorar...

O relógio de sol é bem interessante.


Logo depois chegamos a Manjarím e a cerimônia das espadas dos templários na casa de Tomás. Ficamos um pouco tristes em ver que aquele lugar sujo que poderia ser muito melhor aproveitado e as pessoas que lá vivem ter uma melhor qualidade de vida. Bom, cada um sabe o que é melhor e sendo uma opção não temos como interferir. Conversamos um pouco com o Tomás que conhece bem o Brasil e seguimos nosso caminho.
A próxima etapa foi muito tensa. A Ana teve muitas dificuldades. O caminho era de muitas subidas e descidas, muitas pedras pontudas e parecia que não chegaria nunca.

Os pés doíam e ela chorou muito, a preocupação do Alexandre era enorme. Por sorte Ana aceitou parar algumas vezes. Quando ela estava nessa situação queria fazer o percurso sem parar o que é um grande erro.
A primeira parada foi em uma local bem agradável e deu para iniciar a recuperação. Já nas outras paradas foram no caminho mesmo, sentando no chão que era de muitas pedras.




Nossos pensamentos não estavam tão positivos quanto deveriam. O que vocês veem na foto abaixo?
Em um determinado momento da caminhada Ana pensava em desistir e pediu um sinal de que estava errada. Nesse momento uma rajada de vento desfolhou uma árvore jogando as folhas sobre ela. Foram tantas folhas que deu tempo de sacar a máquina e fotografas.



Finalmente chegamos a Molinaseca!



A Ana estava sem condições de dar mais um passo. Paramos próximo do rio que é a referência nesse local e o Alexandre foi procurar um local para ficar. No centro de Molinaseca não tem albergue e fica a uns 3 ou 4 km de distância. Por lá só hostel a um custo bem mais elevado. Como estávamos em uma situação crítica e necessitando de recuperação, decidimos nos presentear com uma noite no hotel de Floriana, magnífico.



Saímos para jantar e mais uma vez o caminho nos reservava mais uma surpresa.... num canto da cidade, sem pretensões maiores, entramos no restaurante Cañas e que tivemos um atendimento excelente.  
Depois de um excelente jantar  fomos  para o hotel em busca de aproveitar as melhores condições e buscar nossa recuperação.