segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quarto dia: PUENTE LA REINA / AYEGUI - 24 KM

 

Saímos às 8 horas, depois de um café da manhã no albergue de San Juan Apostolo.


 


 

O sol estava surgindo no horizonte e o visual era incrível.


O Alexandre resolveu despachar a mochila para Ayegui. O Albergue nos  ofereceu o transporte sem custo. Um bom momento para saber como funciona o serviço.
Iniciamos o caminho com muita subida e como estávamos com uma mochila só, ficamos alternando de tempo em tempo.


Nessa etapa desviamos por uma boa parte do caminho percorrendo lateralmente a estrada.


O motivo desse desvio foi um leve tremor de terra que tornou o caminho arriscado para o peregrino. Mesmo assim vimos peregrinos não respeitando as proibições e se aventurando pelo caminho tradicional.


Rota leve e passando por cidades medievais de tirar o fôlego. Encontramos nossos amigos brasileiros e todos estão bem e fazendo o caminho no seu tempo. Bem que todos dizem que os reencontros são constantes e agradáveis.


Por todo trajeto as cores, formas, relevos e sabores vão se misturando e algo novo aparece. Encontramos uma peregrina inglesa com seu cão que também é peregrino com vieira no pescoço e tudo. O nome no cão peregrino é Shawny.  Novos amigos são feitos pelo caminho, o destaque nessa etapa fica com o Holandês Randow e as irmães Suecas, onde a Ana passou o tempo em uma boa conversa.


 
Finalmente descobrimos o que é um bocadilho! Um enorme sanduíche que vai nos “encher o estômago” até a hora do menu do peregrino. 


O menu do peregrino é como o nosso prato do dia, a diferença é que lá tem um prato de entrada e o prato principal, tudo regado a bom vinho e deliciosas sobremesas.



Continuamos encontrando nossa “amiga” lama!


A Ana estava muito preocupada com seus joelhos que vinham de uma lesão recente. Felizmente até essa etapa da caminhada parece que está tudo OK. O trabalho de fortalecimento muscular está dando resultados.
Estávamos procurando uma farmácia já tinha alguns dias e não encontrávamos. O motivo, os mais diversos... ou porque não tinha, ou porque estava na siesta, ou era feriado, .... Bom, finalmente encontramos uma e compramos parte do que precisávamos.


Algumas parada, dores nos pés e pernas, finalmente chegamos perto de Ayegui. A cidade chama-se Estella e fica a uns dois km de Ayegui. Resolvemos parar por lá mesmo só que a mochila foi enviada para Ayegui. Resultado, o Alexandre rodou mais 4 km para buscar a mochila e ainda teve que pagar 5 euros com a alegação de que o serviço só era gratuito caso o peregrino utiliza-se o albergue de Ayegui. Coisas do caminho!

Tudo tem sua recompensa, ficamos em um albergue paroquial, onde o hospitaleiro, Sr. Narciso, é uma figura ímpar! Nos oferece cafezinho, frutas e biscoitos logo na nossa chegada. Nos contou uma curiosidade, tem peregrinos que colocam absorventes dentro das botas para evitar bolhas. As vezes ele esquecia que não somos espanhóis e soltava a língua, ficando difícil de entender. No dia seguinte nos brindou com um café da manhã, cuidou da nossa roupa tirando do varal quando começou a chover e isso tudo ao custo que o peregrino pode pagar ( Donativo ).
Os reencontros continuam acontecendo e vários peregrinos já conhecidos estavam chegando no albergue.
Ainda tivemos algumas situações : como o peregrino de bike que assustou o Alexandre e ele acabou pisando em uma lama com aspecto estranho. A Ana ficou brincando e falava que teria pisado em bosta e podia ser humana....demos boas risadas com a situação.
No jantar nos demos um presente, comemos no Assador. O custo não foi dos melhores mais estava tudo divino. Bom papo, boa música e excelente vinho. Prontos para dormir e recomeçar amanhã.