Saímos às 8 horas, depois de um café da manhã no albergue de
San Juan Apostolo.
O sol estava surgindo no horizonte e o visual era incrível.
O Alexandre resolveu despachar a mochila para Ayegui. O
Albergue nos ofereceu o transporte sem
custo. Um bom momento para saber como funciona o serviço.
Iniciamos o caminho com muita subida e como estávamos com
uma mochila só, ficamos alternando de tempo em tempo.
Nessa etapa desviamos por uma boa parte do caminho percorrendo
lateralmente a estrada.
O motivo desse desvio foi um leve tremor de terra que tornou
o caminho arriscado para o peregrino. Mesmo assim vimos peregrinos não
respeitando as proibições e se aventurando pelo caminho tradicional.
Rota leve e passando por cidades medievais de tirar o
fôlego. Encontramos nossos amigos brasileiros e todos estão bem e fazendo o
caminho no seu tempo. Bem que todos dizem que os reencontros são constantes e
agradáveis.
Por todo trajeto as cores, formas, relevos e sabores vão se
misturando e algo novo aparece. Encontramos uma peregrina inglesa com seu cão
que também é peregrino com vieira no pescoço e tudo. O nome no cão peregrino é
Shawny. Novos amigos são feitos pelo
caminho, o destaque nessa etapa fica com o Holandês Randow e as irmães Suecas,
onde a Ana passou o tempo em uma boa conversa.
Finalmente descobrimos o que é um
bocadilho! Um enorme sanduíche que vai nos “encher o estômago” até a hora do
menu do peregrino.
O menu do peregrino é como o
nosso prato do dia, a diferença é que lá tem um prato de entrada e o prato
principal, tudo regado a bom vinho e deliciosas sobremesas.
Continuamos encontrando nossa “amiga”
lama!
A Ana estava muito preocupada com
seus joelhos que vinham de uma lesão recente. Felizmente até essa etapa da
caminhada parece que está tudo OK. O trabalho de fortalecimento muscular está dando
resultados.
Estávamos procurando uma farmácia
já tinha alguns dias e não encontrávamos. O motivo, os mais diversos... ou porque
não tinha, ou porque estava na siesta, ou era feriado, .... Bom, finalmente
encontramos uma e compramos parte do que precisávamos.
Algumas parada, dores nos pés e
pernas, finalmente chegamos perto de Ayegui. A cidade chama-se Estella e fica a
uns dois km de Ayegui. Resolvemos parar por lá mesmo só que a mochila foi
enviada para Ayegui. Resultado, o Alexandre rodou mais 4 km para buscar a
mochila e ainda teve que pagar 5 euros com a alegação de que o serviço só era
gratuito caso o peregrino utiliza-se o albergue de Ayegui. Coisas do caminho!
Tudo tem sua recompensa, ficamos
em um albergue paroquial, onde o hospitaleiro, Sr. Narciso, é uma figura ímpar!
Nos oferece cafezinho, frutas e biscoitos logo na nossa chegada. Nos contou uma
curiosidade, tem peregrinos que colocam absorventes dentro das botas para evitar
bolhas. As vezes ele esquecia que não somos espanhóis e soltava a língua,
ficando difícil de entender. No dia seguinte nos brindou com um café da manhã,
cuidou da nossa roupa tirando do varal quando começou a chover e isso tudo ao
custo que o peregrino pode pagar ( Donativo ).
Os reencontros continuam acontecendo e vários peregrinos já
conhecidos estavam chegando no albergue.
Ainda tivemos algumas situações : como o peregrino de bike que
assustou o Alexandre e ele acabou pisando em uma lama com aspecto estranho. A
Ana ficou brincando e falava que teria pisado em bosta e podia ser
humana....demos boas risadas com a situação.
No jantar nos demos um presente, comemos no Assador. O custo
não foi dos melhores mais estava tudo divino. Bom papo, boa música e excelente vinho.
Prontos para dormir e recomeçar amanhã.
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