DÉCIMO SÉTIMO DIA: CALZADILLA DE LA CUEZA / SAHAGUN /LEON / ASTORGA
Mesmo com o anúncio de um dia ensolarado,
estava muito frio.
A surpresa do dia foi reencontrar nossos
amigos brasileiros Diego e Stella que iriam caminhar mais 16 km depois de
Sahagun. Matamos as saudades, falamos de nossas aventuras até então e das
nossas dores do caminho.
No caminho vimos esse visual e o Alexandre
só teve sossego depois que descobriu o que era.
Ao desviar o caminho para descobrir o que era
a misteriosa casa, viu essa escultura que gostou muito.
Sobre o mistério, são adegas! Um lugar bem
legal que tem um restaurante encravado na pedra.
Chegamos a Sahagun!
Neste momento tínhamos que tomar uma decisão
importante em nossa jornada.
Continuar e colocar em risco nossa missão
ou fazer uma parada de descanso para recuperar as dores do caminho.
Depois de uma análise chegamos à conclusão
de que tínhamos que dar uma parada na caminhada para se recuperar e também
preparar a mente para seguir pelas mesetas. Ainda tínhamos pela frente muitas
retas com a mesma paisagem.
A decisão foi parar de caminhar fisicamente
mas não parar no caminho. Pegaríamos um trem e ficaríamos um dia sem fazer
grandes caminhadas.
Pegamos o trem para Leon. Perfeita
organização, trem limpo e no horário.
Chegando a Leon já sentimos a diferença;
cidade grande, prédios, vasto comércio, pessoas andando na rua.
Optamos pelo albergue das beneditinas,
maravilhoso! O problema é que homens dormem de um lado e mulheres do outro.
A
segunda surpresa do dia foi reencontrar Sheila, Luís e Neide. Albergue muito
bem organizado e as hospitaleiras sempre a sua disposição. Logo que ficaram sabendo
das bolhas nos pés da Ana foram logo preparando os cuidados.
A cidade de Leon é enorme e muito bonita.
Adoramos tudo. Durante a noite as freiras nos deram suas bênçãos. Assistimos a
missa cantada que foi emocionante. As palavras de carinho com os peregrinos
faladas em várias línguas concluiu com chave de ouro.
O jantar foi na praça. Sensação ótima de
liberdade!
No dia seguinte só pegaríamos o trem para
Astorga à tarde. Tivemos toda a manhã para passear por Leon na presença de
nossos amigos brasileiros. Foi uma manhã animada em meio a chocolate quente,
churros, piadas e boa conversa. Estava um friozinho gostoso.
Quando esperávamos o trem, um grupo de
japoneses em excursão nos viu com as mochilas e todo nosso aparato de peregrino.
Foi só dar um sorriso para iniciar os estalares de cliques das máquinas fotográficas.
Alexandre e Ana, artistas por um momento. Mais risadas com a situação.
Nessa de aguardar o trem reencontramos muitos
peregrinos que já passaram pelo caminho nesses últimos dias. Austríacos,
Ingleses, Franceses, ...
Já em Astorga ficamos em um albergue que
nos brindou com mais cuidados com os pés.
Ficamos encantados com a catedral. A emoção
tomou conta quando entramos no palácio de Gaudí. Ana chorou muito em vários
momentos da visita.
Podemos afirmar que Astorga vai deixar boas
lembranças.
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