domingo, 19 de maio de 2013


DÉCIMO SEXTO DIA:  VILLALCÁZAR DE SIRGA / CALZADILLA DE LA CUEZA – 22 KM

Saímos do albergue fazendo nossa doação. É comum encontrar albergue e outros serviços no sistema de doação.

Hoje foi o dia mais difícil do caminho até agora, depois de rodar uns 6 km, uma reta de 17 km sem fim, com a mesma paisagem, sol forte, sem um local ideal para se parar ou uma tenda de alimentação para comprar algo. Como já sabíamos desse percurso estávamos com alimento e água suficientes, confiantes de que tudo daria certo.
Ana optou por não usar as botas, fato que o Alexandre já estava fazendo há alguns dias e se sentia bem melhor da tendinite.

Entramos na temida reta e depois de andar uns 5 a 6 km uma barraca que parecia miragem. Um carrinho vendendo sorvete no meio do nada!
Foi tudo de bom! Deu-nos uma boa animada.
Foi duro, fizemos de tudo para passar o tempo, mas estava difícil demais.
Alexandre pegou um arame do cordão e tentou fazer uma dobradura até surgir uma figura. Dobrou tanto o arame que acabou quebrando. Ana ficava brincando com a sombra.
Cantamos, jogamos, ...Depois de muita criatividade levantamos o cajado que tinha a bandeira do Brasil na ponta e cantamos o Hino Nacional. Aí chegamos à conclusão de que estávamos chegando ao nosso limite. Rimos muito e ficamos algum tempo em silêncio.

O pior é caminhar sem deixar cair na monotonia, sem deixar o medo ou a vontade de desistir aparecer. É uma vitória diária para qualquer peregrino. Sair de uma cidade e chegar à outra é uma felicidade que temos todos os dias de caminhada.
Nossa parada nessa reta foi no caminho mesmo, sentamos no chão e no final foi um das melhores paradas. O silêncio, o vento, a companhia, o sol, tudo  é muito bom quando não estamos esperando muito.

A cidade que buscávamos ficava em um vale e só avistamos quando estávamos bem próximos. O Albergue era bom, tinha até piscina. O único problema era o banheiro que era comum a homens e mulheres. Fato que você vai se acostumando no decorrer dos dias.

O jantar foi especial. Mesa com franceses ( que só falavam em francês ), belgas e suecos. A comunicação não foi as melhores, mas teve comunicação com boas risadas. Comemos coxa de peru e feijão branco, tudo regado a um excelente vinho. Fim de um dia perfeito!



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