Nos últimos 100 km do caminho passamos a
encontrar muitos peregrinos. Na verdade vimos muitos grupos. No início da
caminhada de hoje passamos muito frio.
Cruzamos
com um grupo de peregrinos de Portugal que estavam fazendo o caminho primitivo.
Quem sabe esse não é nossa próxima aventura....
Alessandra e Renato já haviam saído e
iniciamos nosso penúltimo dia de caminhada sozinhos.
Foi um caminho árduo e bem doloroso, com
subidas e descidas. Ana divide seus momentos entre gargalhadas e choro.
Alexandre se mantém paciente e junto,
prestando sua força, consolando e apoiando em todos os momentos.
Em um determinado momento da caminhada o
tempo ficou muito ruim, choveu e para nossa surpresa do céu caiam pedras de
gelo.
O
que mais poderíamos esperar dessa caminhada.
Depois da chuva, com a terra quente, começou um
processo interessante de evaporação que tornou o caminho bem mais mágico.
O dia foi de chove um pouco e para. Um coloca
capa de chuva e tira capa de chuva que dava nos nervos.
Encontramos nossos amigos novamente e vimos
que Alessandra estava buscando forças para completar a caminhada. Como estavam em
um ritmo muito lento resolvemos seguir sem eles mantendo nossos pensamentos na
sua recuperação.
Cruzamos com esse cara nervoso que mesmo
com cara de poucos amigos queria festa.
Cruzamos também com esses caras que estavam
bem tranquilos.
O caminho tem muitos lugares lindos, mas
esse tem uma magia...
Mais uma breve parada para um lanche ao
custo de um donativo.
Paramos em um bar para um café e vimos que
na parede tinham muitas moedas. Como a parede era de pedra, os peregrinos
colocavam nas frestas moedas pedindo alguma coisa. Lá também foi depositado
nossa fé.
Ana já posicionou sua bandeira do Brasil
pensando na chegada ao nosso destino.
O cansaço vai nos abatendo a cada dia e só
pensamos em Santiago. A ansiedade vai tomando conta e um sentimento estranho
começa a nos dominar.
Já estamos sentindo saudades dos símbolos do
caminho.
Para concluir o dia faltam apenas uns 18 km
e algumas horas, mas parece uma eternidade.
Chegando em Pedroso não achávamos o
Albergue municipal, Alexandre propõe ficar em um albergue privado e Ana comenta:
- Agora é questão de honra! Vamos encontrar o albergue municipal.
Chegando no Albergue vimos que estava quase
lotado e ficamos com um dos últimos lugares. Isso não seria problema, mas estava
lotado de adolescentes barulhentos. Onze da noite e eles fazendo a maior
algazarra. Tranquilo, faz parte de nosso crescimento espiritual.
Não podemos nos queixar de nada!
Agora
é só tentar dormir para o tão esperado último dia de caminhada com a chegada a Santiago de Compostela.
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