terça-feira, 7 de maio de 2013


SETIMO DIA: VIANA - NAVARRETE

31 KM

O frio estava de doer os ossos em Viana e perdurou durante todo o trajeto. Passamos por Logroño que é uma cidade uma relativamente grande e sentimos a diferença no trato com as pessoas.


 
Seguimos a peregrinação por um parque belíssimo e com algumas surpresas tais como : Passando por uma casa de madeira escutamos um assobio. Quando vimos era um casal de peregrinos coreanos que nos chamavam. Essa casa era um ponto de apoio para o peregrino. Foi ideal para nossa parada. Como o diálogo não era muito fácil entre nós e os coreanos, mais uma vez colocamos apelidos. Eles eram o colorido ( usava roupas muito coloridas) e ela a risadinha ( tudo ela ria).
  O Alexandre encontrou um prisma de orientação ( esporte que ele pratica no Brasil e que é muito difundido na Europa)

A chuva e o frio estavam fortes demais nos deixando mais cansados que o normal.
Em um dos bosques que atravessamos encontramos uma peregrina que levava a vieira no cordão envolta de seu pescoço. A Ana falou essa é uma verdadeira peregrina. Na conversa descobrimos que ela já tinha feito o caminho 14 vezes. Acabamos não perguntando o nome e como estava sempre com um casaco vermelho ficou para nós como chapeuzinho vermelho.
A parada em Navarrete foi no albergue municipal que é razoável mais bem quentinho. Encontramos nossos amigos coreanos e os brasileiros também nesse albergue. O frio era intenso por isso resolvemos jantar ao lado do albergue e mais uma vez o vinho foi nosso companheiro de alegria, servindo para esquentar a noite.
Saindo do restaurante, fomos à missa. Igreja estupenda, toda entalhada em madeira e ouro. A Ana tentou assistir a missa mas o efeito do vinho foi devastador,  dormiu durante a celebração.
Com o frio cortante voltamos para o albergue e dormimos sem barulho de ronco.( risos)






Sexto dia:  LOS ARCOS / VIANA -

18 KM

Que frio estamos passando! Depois de um dia chuvoso fomos brindados com uma manhã ensolarada.

Muitas vinícolas pelo caminho. Muitas subidas e descidas também.
O que mais nos surpreendeu foi o vento frio e constante. Doía de tão gelado! Quando chegamos na primeira parada tudo se transformou e a maior maravilha que nos aconteceu até agora: Um milagre do céu! – Nevou! Foi por muito pouco tempo mas foi emocionante ver os flocos de neve caindo. Esquecemos das dores e saudades de casa por um momento.
 

Depois disso o caminho continuou por subidas, descidas, vinícolas e vento. Até que chegamos a Viana onde descansaríamos e cuidaríamos das tão temidas bolhas e dores musculares.
Em Viana o frio continuava a castigar, quase desistimos do jantar por conta do frio. Estava 5 graus mais o vento era congelante.
No almoço conhecemos um inglês com o sobrenome Oliveira ( mesmo sobrenome do Alexandre) que nos apresentou a um casal de brasileiros de Londrina. Conversando com eles no Jantar e falando sobre as bolhas, tivemos mais um sinal do espírito peregrino. Nos ofereceram uma pomada que ajudou muito nas bolhas que a Ana já chama de bolhas assassinas. Mais o acontecimento mais assustador estava por vir. Ao chegarmos no albergue não conseguíamos encontrar nossa bolsa com todo o dinheiro e cartões do banco. Alexandre voltou ao restaurante, procuramos na mochila e nada. Já estávamos desesperados quando a encontramos dentro do saco de dormir. Ufa!!! Depois dessa aventura só mesmo uma boa noite de sono para restaurar.


Quinto dia: ESTELLA / LOS ARCOS -

22 KM

Saímos do albergue com chuva e frio.


Caminhada difícil pois a Ana tinha muitas bolhas e o Alexandre iniciava uma tendinite.
Primeira parada foi na fuente del vino e depois no monastério de Irache. Neste ponto podemos beber vinho diretamente de uma fonte que é oferecida pela Bodega Irache. Eles colocam também uma câmera de vídeo ligada para que a família possa ver pela internet o peregrino em sua passagem neste ponto.


O caminho teve um trecho em que caminhamos por cerca de 12 km sem parar. O caminho não teve muitas alterações em sua paisagem e essa quilometragem parecia se duplicar.

Estávamos com dores, cansados e com desânimo, só pensávamos em deitar um pouco e contar com uma boa refeição para ajudar a recuperar as forças.


O fato de ter chovido muito não ajudou nessa etapa e podemos dizer que foi uma etapa muito desgastante. Cantamos, contamos histórias, falamos muitos palavrões, mas a Ana só conseguia rir de nervoso em ver que o Alexandre estava com dores e não chegava ao nosso destino do dia.
Chegamos em Los Arcos ( Finalmente ). A foto da Ana já diz tudo!

Neste dia estava muito frio, o albergue não era dos melhores mas estávamos tão cansados que o que queríamos naquele momento era um banho e relaxar o corpo. Como sempre no nosso caminho a recompensa. Saímos para buscar a farmácia e tivemos um espetacular atendimento da farmacêutica que nos orientou sobre o que comprar para as bolhas e para o ressecamento dos lábios da Ana. Alexandre aproveitou e comprou também uma pomada  para ver se melhorava a tendinite.
Como sempre em nossa rotina fomos ao jantar que não pode faltar o vinho para nos ajudar a relaxar. Jantamos com duas enfermeiras francesas e na saída ainda paramos para conversar com um grupo belga que trocaram informações sobre suas bolhas com a Ana.

Os reencontros são frequentes, saindo do restaurante reencontramos Matt e o  Alemão. Tinha muitos dias que não tínhamos um conversa mais extensa e basicamente nos cumprimentávamos.  Nestes casos, como não sabíamos os nomes, colocávamos apelidos carinhosos o que nos fazia rir e isso faz muito bem.
Tinha um austríaco barbudo que chamávamos de Papai Noel que neste dia mostrou como se ronca. Ele estava ao nosso lado e mesmo cansados,  tendo tomado meia garrafa de vinho e utilizando os tampões de ouvido não foi fácil dormir. Bom, faz parte do caminho! Com o trajeto do dia seguinte já montado, partimos para a próxima etapa.