sábado, 27 de fevereiro de 2016

Potosi

 Na volta de Uyuni, passeio pelo deserto de sal, voltamos para La Paz, mas antes fizemos uma pequena parada em Potosi. 


A cidade tem uma história bem legal mais o que o Alexandre estava buscando era um passeio pela minas de prata. Ele tem uma tendência a ser clautofóbico, não gosta de ficar em lugares fechados, e esse seria seu grande teste. Claro que nem passou pela cabeça da Ana, Juan e Maria acompanhá-lo.



Chegando à cidade sem reserva de hotel, pegaram um táxi e foram à busca de um lugar para ficar.  Encontraram um hostel que não era lá muito bom, mas não ficaríam muitos dias. Trataram logo de organizar o dia seguinte. 


Alexandre comprou seu tour para as minas e os outros um Tour pela cidade. O city tour foi bem legal, o guia bem simpático e detalhista, mas não é isso que foi o mais legal.  É a aventura do Alexandre que foi o destaque.




No início tudo normal, uma pequena van foi pegando os turistas no hotel. No total 3 alemães, um Americano e o Alexandre. A guia, uma mulher bem pequena que nos levou para colocar a roupa de proteção. Lembra que já falamos muito de turismo na Bolívia, tem que ter espírito aventureiro e esse leva nota 10. Chegaram a uma praça onde a van parou e desceram, seguiram por ruas pequenas até uma portinha que os levou a um quarto sem janelas. Lá tinham várias botas e roupas, além de capacete e lanternas. Até aí tudo bem, só que esse quarto era úmido e as roupas sujas. 





Não teve desistência por parte dos estrangeiros e não seria uma sujeirinha que atrapalharia essa aventura. Alexandre colocou as poupas e partiram novamente para van.

                                 foto tirada na ida para a mina

 A próxima parada foi em uma venda em que a guia orientou que comprassem oferendas para os mineiros. Já tinha um kit a um preço abusivo. Bom, foi levado no espírito da ajuda. O kit tinha álcool, folhas de coca, guaraná, cigarros e alguma coisa para comer como biscoitos, além de explosivos. Isso mesmos! Acreditem ... Tudo foi para a mochila da guia.


Iniciaram a subida da montanha. Vale registrar que essa cidade é uma das mais altas do mundo, algo próximo de 4 mil metros de altitude. A van bem pequena e em péssima condição de manutenção. Ufa, chegaram à entrada da mina. Na verdade essa mina tem muitas entradas e lá dentro é um verdadeiro labirinto.
Umas fotos ali, outras aqui, lá fomos nós!



Logo nos primeiros 100 metros eles sentiram que a aventura seria grande. O espaço era muito pequeno, Alguns andavam curvados. O chão com muita lama e em alguns pontos poças sem que desse para saber a profundidade. A guia chamou a atenção para isso. Mais 100 metros e a primeira desistência. O alemão maior não agüentou e viu que andar curvado assim poderia acabar com ele. Voltou ainda vendo a claridade da entrada da mina. 




De tempo em tempo passava por eles um mineiro empurrando o carrinho cheio de pedras e terra. Tínhamos que se espremer para dar espaço para o carrinho passar. Sempre que o mineiro parava, a guia dava um pouco do que tínhamos comprado como um cigarro, um pouco de folha de coca.


Já não era possível ver a entrada da mina e o local ficava cada vez mais estreito. O coração do Alexandre batia forte e já estava buscando o controle do seu medo de lugares fechados.



 Depois de algum tempo andando agachado, uma parada em um  ponto da mina onde tinha um boneco com a figura bem estranha. Podemos dizer que era aquele que não se diz o nome. Foi feita oferendas e a guia contou um pouco de história sobre a mina e os mineiros. Nesse ponto Alexandre conseguiu se acalmar para continuar essa aventura.



 Mais uns metros a frente uma escada que dava para um buraco na rocha que mal passava uma pessoa. A guia a frente, todos subiram. Alexandre que estava por último empacou, seu coração batia muito forte, estava com medo e achava que não conseguiria subir pelo buraco. Não tinha saída, tinha ficado para trás, não poderia ficar ali. Seguiu aos trancos até chegar a um lugar mais amplo onde trabalhavam dois mineiros com um equipamento barulhento que trazia as pedras de uma parte mais funda da mina. A guia esvaziou mais algumas coisas do nosso kit doação e ficaram ali por alguns minutos os vendo trabalhar.





 Era um barulho grande e muito terra suspensa no ar. Voltamos para tranqüilidade do Alexandre, que já estava quase explodindo de medo. A segunda parte era descer por um buraco ainda menor, teríam em alguns pontos que se arrastar. Alexandre perguntou a guia qual era a distância que teríamos que descer naquelas condições, ele estava preocupado com sua situação. Foi dito que uns 40 metros. Foi quando o desespero bateu e ele disse que não conseguiria. Arregou! 





A guia falou que ele poderia ficar ali que na volta ela encontrava com ele. Alexandre ficou no meio da mina, sozinho, por uns 20 minutos ou mais. Não dá nem para descrever essa situação. Pelo menos ele diz que está melhor em seu problema de ficar em lugares fechados...risos.







Findando essa aventura, juntou-se a Ana e seus amigos, comeram umas saltenhas e partiram para visita ao Museu casa da moeda, super interessante. No final eles ainda puderam cunhar sua própria moeda como era feito no passado, na porrada!





Potosi fechou a aventura na Bolívia com chave de ouro, voltaram para La Paz com tranqüilidade e de lá para o Brasil, deixando saudades dos novos amigos que os receberam tão bem e de um povo sofrido que luta e defende muito bem sua cultura. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Terceiro dia no deserto da Bolívia

 No terceiro dia saímos antes do sol.


O Frio era enorme e nossa primeira parada foi para ver os Gêiseres que estão a uns 5.000 metros acima do nível do mar. Buracos no solo onde brotam vapor de água quente. A água tem enxofre e o cheiro não é muito bom. No mesmo passo que a galera saiu do carro entrou novamente. Alexandre Ainda se aventurou em dar uns passos a mais. Nem temos muitas fotos dessa parada.



Parece a superfície da lua. Chegamos ainda estava escuro, acho que com alguma luz do dia seria melhor.



O piloto alegou que era melhor chegar cedo à nossa próxima parada.
A próxima parada foi em uma piscina de água quente. O frio era tanto que ninguém ameaçou tirar a roupa. Alexandre tomou coragem e encarou. Foi engraçado ver o Alexandre dentro da piscina e todas as outras pessoas só olhando. Nosso peixe no aquário! Trocar de roupa naquele frio era realmente sofrido, mas depois, já dentro da água quente tudo fica melhor. Quente mesmo, mais de 30 graus. 




Aos poucos outros foram tomando coragem e em pouco tempo a piscina estava lotada.


Muito bom a termas de chaiviri, aos pés da Montanha Polques, com um lago ao fundo e muitos flamingos. Um visual de tirar o fôlego.


Seguimos e o piloto pergunta se queremos voltar fazendo paradas de contemplação, chegando mais tarde em Uyuni, ou se voltamos direto e chegamos mais cedo. Como ainda tínhamos que comprar a passagem de volta e já estávamos com certa overdose de deserto, optamos por um meio termo. O piloto seguiria e nós pediríamos uma parada quando necessário.
Alexandre foi à frente e o veículo era todo enfeitado. A visão que ele tinha era de uns bibelôs pendurados por todo lado. Falou que ficou com essa imagem por uns dias na memória...risos


Umas paradas aqui para uma foto, outras ali, e fomos seguindo.



Parávamos em umas barreiras, parecia uma espécie de pedágio, mas era um controle já que lá é um parque. O custo não estava incluído no passeio. Já sabíamos disso e não nos estranhou.



A viagem estava muito monótona, já não tinha muito papo, uns dormindo, outros pensando na vida quando o carro inicia um barulho. Pronto, estávamos todos alertas novamente. O piloto arrastou o veículo até um povoado e foi ver qual era o problema. Pediu que aguardássemos e foi em busca de comprar algo para reparar o problema do carro.


Fomos atrás de um banheiro para nos aliviar e passear pelo lugarejo.



O tempo passava e o piloto estava lá embaixo do veículo.



O piloto continuava na mecânica, já tinha praticamente desmontado o carro.


Fomos comprar algo para comer e iniciamos um maravilhoso piquenique.


Mais um tempo de espera e contemplação, o mecânico gritou que estava pronto. Mecânico não, piloto! Seguimos....




Nossa próxima parada foi para o almoço. Paramos em um lugar com umas formações rochosas interessantes e ficávamos brincando com as formas.





E lá estávamos nós seguindo em retas intermináveis. 


Para nossa alegria chegamos ao povoado de San Cristóbal. Lá encontramos uma simpática catedral colonial e o Mercado central. Esticamos as pernas, tomamos um maravilhoso sorvete e voltamos para nossa casa. Não, nosso carro.



Essa foi uma experiência maravilhosa, para quem gosta de aventura, recomendamos!
O piloto é o cara! Piloto, chefe de cozinha, mecânico, agente de turismo ....

Lembra que levamos uma bola. Acabou ficando esquecida dentro do carro. Levamos a bola para um passeio.... risos. Ela ficou de presente para o piloto!